Trecho do livro “Ainda que caiam os céus” de Mikhail P.
Kulakov e Maylan Schurch:
“Pastor Zhukalyuk escreve:
‘Quando me aproximei dos portais do Kremlin,
em Moscou, já havia uma multidão reunida em volta dos pontos de entrada, mesmo
faltando meia hora para o início do programa evangelístico. Essas pessoas
haviam conseguido convites num escritório próximo, pertencente ao Kremlin. Os
convites lhes davam permissão para assistir aos onze sermões de Mark Finley e
agora elas os apresentavam aos guardas. Logo, uma torrente de seis mil pessoas
passava pelo hall de entrada do Palácio do Congresso.
No enorme lobby, ministros adventistas de
todas as partes da Rússia entregavam Bíblias para todos aqueles que haviam
assistido às quatro primeiras sessões. No dia anterior, todos esses pastores
tinham sido cuidadosamente instruídos por Mark Finley:
– Distribuam as Bíblias prontamente – ele
dissera – e não se esqueçam de dar um sorriso amigo a cada pessoa. O sorriso é
uma das condições para participar desse programa! Tudo bem, vamos praticar,
todo mundo. Deem um sorriso para mim!
Muitos de nós tínhamos, de fato, nos
esquecido de como sorrir. Alguns ministros tentavam produzir algo que lembrava
um sorriso. Outros olhavam para as pilhas de Bíblias que esperavam para ser
distribuídas. Quão raro era esse tesouro há tão pouco tempo, alguns pareciam
estar pensando. É difícil acreditar agora que a Palavra de Deus será
distribuída de graça! Outros pareciam estar imersos em memórias pessoais e vi
muitos olhos úmidos, com lágrimas de alegria.
Quando começava o programa, cada noite, não
era possível encontrar um assento vazio sequer no piso principal ou nas
galerias. Muitos, do lado de fora, literalmente imploravam aos porteiros para
lhes permitirem ao menos entrar e assistir em pé. Em meu caminho pelo
auditório, eu andava lado a lado com pessoas que, com mãos trêmulas, folheavam
a Bíblia que haviam acabado de receber.
Naquele grande auditório, ao meu redor,
estavam assentados vários jovens voluntários, que, pela primeira vez na vida,
se encontravam no famoso lugar que antes só tinham ouvido falar por meio da
leitura de livros didáticos. Homens e mulheres idosos e devotos faziam,
reverentes, o sinal da cruz enquanto entravam. Aqueles que possuíam
necessidades especiais estavam ali com suas cadeiras de rodas e muletas. Donas
de casa se assentavam lado a lado com soldados. Em suma, havia uma
representatividade fiel de toda a população de Moscou e região.
Esses são os verdadeiros proprietários deste
maravilhoso auditório, pensei comigo mesmo. Foram os seus calos, suor e
lágrimas que construíram este lugar. E agora, finalmente, essas pessoas têm a
chance de adentrar suas paredes e ouvir as notícias mais importantes que
receberão em toda a vida!
E, finalmente, o alto e cativante
evangelista de 46 anos de idade, pastor Mark Finley, apareceu, juntamente com
seu tradutor, Peter Kulakov. As pessoas irromperam numa longa salva de palmas,
embora ele não estivesse ali pelos aplausos.
Depois de cumprimentar a assembleia, o
pastor Finley disse:
– Por favor, levantem suas Bíblias. Bem
alto!
Milhares de Bíblias, como estandartes de uma
nova era que atestava a liberdade do Espírito, foram erguidas, levantadas por
mãos de gratos ouvintes. De novo, era impossível esquecer as convenções do
Partido Comunista que eram transmitidas pela televisão, nas quais os mesmos milhares
de assentos era usados para balançar pequenos livros vermelhos e lançar votos.
Seria possível que esse fosse o mesmo auditório? Será que eu estava sonhando?
– Permita-me lembrá-lo – o pastor Mark
Finley disse com avidez – que não é possível esperar auxílio algum da Bíblia se
você a deixar numa estante, acumulando poeira. Se você optar por vendê-la, com
certeza vai perder muito. Os escritos deste livro devem se tornar experiências
em sua vida pessoal.”
~ALU
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