Independência é, provavelmente, o maior sonho de boa parte da juventude atual. Viver longe da "ditadura" imposta dentro do lar ou fugir das responsabilidades de filho (como chegar até determinada hora em casa) deixam de ser apenas uma utopia adolescente e passam a ser tornar, com a proximidade do ingresso no ensino superior, uma realidade cada vez mais jovem.
Essa realidade aproximou-se de maneira mais intensa a partir do momento em que o ENEM passou a ser objeto de avaliação para inserção em várias instituições públicas (SISU) e privadas (PROUNI) do Brasil. O gigante dos grandes deslocamentos em relação ao restar vestibular foi abatido e tal fato possibilitou que jovens universitários alavancassem o número de migrações. Apesar de haver poucos anos que esse método foi adotado, o número de universitários que cursam o ensino superior em uma cidade diferente daquela em que vivem chega a quase um terço do total. E, com o surgimento de programas como o "Ciência sem Fronteiras", o número de estudantes brasileiros no exterior tem crescido cada vez mais!
Esse tão sonhado viver longe dos pais acaba transformando, muitas vezes, o "coração português" do jovem em um "coração inglês", erradicando pouco a pouco a palavra "saudade" do seu dicionário. O jovem acaba encontrando, então, uma "nova família": amigos que partilham do mesmo sonho, que dividem as despesas de moradia, que desfrutam dos mesmos gostos, entre tantos fatos afins. Todos esses riscos acabam promovendo um processo de (i)maturidade. Se os riscos forem bem calculados, o sucesso profissional e na maturação virá de maneira certa e responsável.
O problema é que muitos jovens acabam buscando (e por conseguinte encontrado) libertinagem em vez de liberdade. Riscos não calculados passam então a predominar e fins disfóricos acabam surgindo, como diversas brigas e trotes irresponsáveis (como o que resultou no afogamento e morte do calouro de Medicina da USP, Edison Tsung, em 1999) decorrentes de jovens que "vivem", basicamente, cercados por festas, álcool e drogas.
O jovem deve sim buscar sua liberdade e independência em relação à família, pois esse é um dos pontos do ciclo da vida. O que deve ser feito é aproveitar-se ao máximo das motivações e calcular rigorosamente os riscos. Além disso, seria interessante se as universidades criassem um projeto de conscientização para trabalhar com aqueles alunos "imaturos" que se acham "maduros". Será somente assim que o jovem cumprirá o seu papel de seguir o "maturalmente" correto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Aceitamos críticas, mas por favor, não use palavrões. Comentários com palavrões não serão publicados.