Brasil: (des)afinamento com sua população?

   Há algumas décadas, o Brasil já era visto como o "país do futuro" devido, principalmente, à sua grande diversidade de recursos primários, entre outros. Esse slogan brasileiro, de fato, tem deixado de ser apenas uma aposta e se tornado uma realidade cada vez mais próxima. Mas será que a população brasileira acompanhou harmoniosamente esse crescimento?
   A enorme territorialidade brasileira promove uma grande presença de contrastes: físicos, biológicos, sociais, entre outros. Esse fato dificulta o processo de homogeneização de um índice geral. Desconsiderando esse ponto, podemos observar que a qualidade de vida do Nordeste brasileiro não sofreu uma considerável melhora. Além disso, certos locais do Norte e mesmo do Centro-Oeste brasileiros estão longe do padrão de vida almejado pelo governo federal.
   Mas será que esse crescimento do Brasil, então, não está sendo acompanhado pelo crescimento da qualidade de vida de sua população? Estaria o Brasil tomando o mesmo trem que está conduzindo a China para o topo do ranking da maior economia mundial?
   Não é o que revelam algumas pesquisas realizadas em um âmbito nacional. Segundo as mesmas, mais da metade da população brasileira integram a classe C, uma classe que tem bons indicativos de qualidade de vida. Além disso, projetos governamentais têm promovido uma ascensão considerável de pessoas que até então integravam classes pobres. Em 2010, por exemplo, a ascensão de pessoas para a classe média brasileira quase chegou a marca de 20 milhões. 
   Tais dados comprovam que a população brasileira tem, de fato, acompanhado o crescimento do país, mesmo que esse crescimento seja pouco em algumas regiões do Brasil. O governo federal deve, no entanto, manter suas políticas de bem-estar social para que, futuramente, mais pessoas possam desfrutar de bens e serviços, e não somente as duas classes mais abastadas economicamente. Só assim a população brasileira poderá continuar obtendo um crescimento afinado com o crescimento do Brasil.