sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O ser nunca muda

Por Gabriel Rodoval;

   ''O ser é imutável'', esse foi o pensamento de Parmênides de Eléia. Para o pré-socrático, todas as coisas constituem o ser e este, nunca muda. Podemos utilizar tal pensamento como peça-chave ao compararmos esse teorema com o princípio da violência. Desde os primórdios da civilização humana, o homem envolve-se com a violência (o fato de Caim ter matado Abel é o primeiro registro sobre violência) e hoje, milhares de anos depois, continuamos convivendo com ela.
   Milhares de acessos coléricos geram algum tipo de violência todos os dias. Tal afirmação pode ser comprovada ao utilizarmos argumentos fortes como o atentado ao World Trade Center, a guerra no Iraque, as mortes em favelas geradas pelo tráfico e centenas de outros tipos de violência.
   Recolocando em pauta o emparelhamento entre o ser imutável e a violência, deve-se analisar que, apesar de alguns meros esforços, a violência nunca vai mudar. Ela já está em nós por natureza. Assim como o arké de Parmênides, a violência sempre existirá em nossa civilização.
   Após tal afirmação deve-se fazer uma reflexão: ''O que o futuro reserva para a humanidade ?'' A violência é nossa primeira herança. Mas a violência não se restringe a atentados e agressões físicas. Existem outros tipos de consequências (que já vêm e continuarão a vir ao homem) derivados da violência ambiental (aquecimento global, falta de água, destruição do meio ambiente, etc), violência cultural (perda das identidades nacionais, consumismo e globalização) e a violência contra o direito de qualquer pessoa (fome, desemprego, estudo e lazer).
   Mediante tais informações, respondemos à pergunta do parágrafo anterior da seguinte forma: ''Violência''. Apesar de existirem diversas campanhas e projetos, nunca mudaremos nossa natureza, nunca deixaremos de ser violentos. A violência existiu no passado, acompanha-nos no presente e estará ao nosso lado. A violência é imutável.