sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Uma grande estória de amor (Parte 3)

Por Gabriel Rodoval;


   A bola vagarosamente foi saindo pela lateral. O público sabia que agora haveria um grande duelo. Tálysson pediu para que um companheiro de time cobrasse o lateral. Com um piscadela ele combinou uma rápida jogada ensaiada com Igor, outro companheiro de time. A cobrança do lateral foi executada e Igor correu para a bola com a intenção de chutá-la.  O time de Abel inteiro correu na direção de Igor para tentar bloquear o chute mas, para surpresa de todos, Igor deixou a bola passar e esta sobrou livre para Tálysson, que chegou batendo com muita força. Abel não teve nem tempo para pensar no que fazer. Com muita velocidade e força, a bola atingiu seu rosto. O goleiro teve tanta raiva que, na mesma hora, pegou a bola com os pés e saiu driblando todo o time adversário. Ele nem sentia o queimor em seu rosto. Aquele gol que ele estava prestes a fazer seria para Tálysson. O goleiro do outro time veio ao seu encontro e Abel fez um belo gol encobrindo o goleiro. Ele sequer comemorou naquele momento. Na volta para seus campos, os dois, Tálysson e Abel, passaram lado a lado sem sequer olharem um no rosto do outro.
   O jogo continuou com a mesma pressão de antes do time de Tálysson sobre o time de Abel. Só que desta vez o goleiro teria de enfretar a fúria do jogador adversário, que estava constrangido por ainda não ter feito nenhum gol, enquanto Abel, mesmo sendo um goleiro, já havia feito um. Continuar sem sofrer gols seria um grande desafio para Abel. Ele gostou daquele desafio, pois agora viu que estava em vantagem. O goleiro sabia que naquele momento, Tálysson sofria com a pressão em sua cabeça e aquilo o atrapalharia no seu bom futebol.
   Muitas bolas vieram rumo ao gol de Abel. O goleiro fazia defesas que faziam a torcida ir à loucura. Ele fez defesas com os pés, de mãos trocadas, de peito e de muitas outras maneiras. Cada defesa feita por Abel aumentava a ira de Tálysson. Mas o que realmente atormentaria o rival do goleiro ainda estava por vir.
   Nos últimos instantes da partida, o time inteiro de Tálysson foi para o ataque, incluindo o goleiro. Tálysson arriscou mais um chute do meio de quadra. O chute veio forte no meio do gol e Abel não pensou duas vezes. Ele sabia que correria riscos em fazer aquilo mas...
   A bola foi se aproximando e o goleiro jogou o corpo para frente trazendo as pernas por trás em direção à bola. Era a famosa defesa do escorpião. A bola veio de encontro perfeito com os pés de Abel e, como ela havia vindo forte, voltou com toda força na direção do gol do time de Tálysson. O jogador não acreditava naquilo. Era impossível o que estava ocorrendo. Em um último esforço, o rival de Abel saiu velozmente em direção ao seu gol, mas a bola já havia entrado. Tálysson demonstrou um olhar furioso para Abel. Para provocar seu adversário, o goleiro fez um coração na direção de Mari. A garota corou. Todos na arquibancada aplaudiram e começaram a gritar. Abel olhava para o público do jogo. Ele sentiu uma grande alegria por dentro. Novamente Abel olhou para Mari. Foi a última cena que viu por seis meses...
Clique aqui para ver a parte 4 dessa estória