segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Não fazer nada nem sempre é ruim



   A passagem do tempo é, sem dúvida nenhuma, um fator atrelado à conduta humana. O modo como cada pessoa vive seu tempo possibilita a compreensão da grande influência que ele exerce sobre o indivíduo. Começando pela infância até a velhice, a passagem do tempo provoca diferentes tipos de comportamentos no homem. Compreender essas distintas maneiras de conduta faz-se necessário para o entendimento de possíveis consequências resultantes da inevitável passagem do tempo.
   Até poucos anos, a infância era considerada pela maior parte das pessoas como uma fase da vida em que o tempo parecia rastejar vagarosamente. Isso porque as crianças se ocupavam basicamente de três tarefas: comer, ir à escola e dormir. Porém, com a passagem do tempo e o advento de novos ares (muito poluídos por sinal), a primeira etapa da vida deixou de ser basicamente estática para ser muito dinâmica. Os pais, por não terem tanto tempo para os filhos, lotam a agenda dos pequenos com atividades como aulas de música, língua estrangeira e esportes. Atividades que, por sinal, são necessárias física e intelectualmente, mas se dosadas corretamente. É de fundamental importância que as crianças tenham tempo disponível para serem, de fato, crianças e, desse modo, amadurecerem e formarem sua conduta de maneira correta.
   Como consequência da formação de crianças tão atarefadas, pode-se notar o crescimento de uma sociedade que, normalmente, dispensa boa parte de seu tempo para outros, em vez de maximizá-lo para si mesmo ou para sua família. Essa falta de tempo para ser gasto em benefício próprio provoca, muitas vezes, sérios danos à saúde, como o estresse constante e outros danos emocionais. Foi pensando nisso que uma organização criou o “Nadismo”, um encontro de pessoas que normalmente se reúnem uma vez por mês, durante cerca de uma hora, em parques ou espaços tranquilos, para não fazerem nada. A prática do “Nadismo” já tem beneficiado milhares e vem crescendo dia após dia, inclusive em outros países do mundo.
   Para que a inapelável passagem do tempo não interfira negativamente na conduta humana é necessário que práticas como a citada acima sejam mais efetivadas. Para isso, seria interessante que a iniciativa privada e os governos criassem programas para que os funcionários reservem mais tempo para si mesmos e para sua família, especialmente para os filhos, que não precisariam mais ter uma agenda tão cheia, assim como seu futuro.


~ALU

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