segunda-feira, 4 de agosto de 2014

"O grande desafio"


   Os brasileiros – em sua maioria – enfrentam um grande desafio no que diz respeito ao pensar crítico. Acomodados por acreditarem que a situação momentânea efetiva-se satisfatoriamente do modo como está configurada (além de já estarem acostumados a receber passivamente todo tipo de informação que lhes é imposta), essa parcela da população contribui para que a crise do pensamento se normalize no Brasil.
   Aceitar passivamente e comodamente o que é imposto ou sugerido é um dos principais problemas que efetivam a crise do pensamento crítico. Na maior parte da população brasileira, essa comodidade é algo notório. Poucas são as pessoas que buscam se perguntar, por exemplo, se os informes jornalísticos são, de fato, verdadeiros e dignos de confiança. Pelo contrário, a maioria dos brasileiros engole – sem nenhum engasgar – as notícias já mastigadas por uma mídia que, muitas vezes, não é imparcial. Desse modo, o Governo pode “eufemizar” graves problemas que estão ocorrendo ou “hiperbolizar” pequenos avanços realizados sem que a população saiba o que verdadeiramente está se passando, por exemplo.
   Contudo, as deficiências educacionais (principalmente no ensino básico) são as principais propulsoras para a crise do pensamento. Até pouco tempo, para que um aluno pudesse ingressar em um curso de nível superior, era necessário que ele passasse por um processo de mecanização do conhecimento, o que provocava uma grave deficiência no potencial de racionalizar do mesmo. Com o advento do novo ENEM, essa realidade passou a ser alterada e, gradativamente, o estudante vai aprendendo a raciocinar criticamente. Porém, somente essa melhora não é suficiente para alterar o fato de que o pensar é um grande desafio da atualidade brasileira. Outras mudanças são necessárias, ainda.
   Começar pela criação de uma disciplina denominada “Debate”, por exemplo, seria um ótimo começo. Nessa, os alunos aprenderiam – desde cedo – a não aceitar de maneira passiva tudo que lhes é sugerido.  Além disso, eles aprenderiam a raciocinar sobre o que fazer em diversos aspectos do cotidiano. Esse fator, aliado a uma melhora gradativa no sistema de seleção das universidades brasileiras, contribuiria (e muito) para que o brasileiro saísse da zona de conforto, abandonando o país do Senso Comum rumo ao do Senso Crítico, não se afogando no mar sem superfície da ignorância do pensar.

~ALU

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