Os brasileiros – em sua maioria – enfrentam um grande desafio no que diz respeito ao pensar crítico. Acomodados por acreditarem que a situação momentânea efetiva-se satisfatoriamente do modo como está configurada (além de já estarem acostumados a receber passivamente todo tipo de informação que lhes é imposta), essa parcela da população contribui para que a crise do pensamento se normalize no Brasil.
Aceitar passivamente e comodamente o que é
imposto ou sugerido é um dos principais problemas que efetivam a crise do
pensamento crítico. Na maior parte da população brasileira, essa comodidade é
algo notório. Poucas são as pessoas que buscam se perguntar, por exemplo, se os
informes jornalísticos são, de fato, verdadeiros e dignos de confiança. Pelo
contrário, a maioria dos brasileiros engole – sem nenhum engasgar – as notícias
já mastigadas por uma mídia que, muitas vezes, não é imparcial. Desse modo, o
Governo pode “eufemizar” graves problemas que estão ocorrendo ou “hiperbolizar”
pequenos avanços realizados sem que a população saiba o que verdadeiramente
está se passando, por exemplo.
Contudo, as deficiências educacionais
(principalmente no ensino básico) são as principais propulsoras para a crise do
pensamento. Até pouco tempo, para que um aluno pudesse ingressar em um curso de
nível superior, era necessário que ele passasse por um processo de mecanização
do conhecimento, o que provocava uma grave deficiência no potencial de
racionalizar do mesmo. Com o advento do novo ENEM, essa realidade passou a ser
alterada e, gradativamente, o estudante vai aprendendo a raciocinar
criticamente. Porém, somente essa melhora não é suficiente para alterar o fato
de que o pensar é um grande desafio da atualidade brasileira. Outras mudanças
são necessárias, ainda.
Começar pela criação de uma disciplina
denominada “Debate”, por exemplo, seria um ótimo começo. Nessa, os alunos
aprenderiam – desde cedo – a não aceitar de maneira passiva tudo que lhes é
sugerido. Além disso, eles aprenderiam a
raciocinar sobre o que fazer em diversos aspectos do cotidiano. Esse fator,
aliado a uma melhora gradativa no sistema de seleção das universidades
brasileiras, contribuiria (e muito) para que o brasileiro saísse da zona de
conforto, abandonando o país do Senso Comum rumo ao do Senso Crítico, não se
afogando no mar sem superfície da ignorância do pensar.
~ALU
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