O passado e o presente do
mundo estão intimamente ligados ao tráfico humano. Apesar de supostas abolições
concretas terem amenizado as explorações decorrentes do tráfico de pessoas, a
extinção do mesmo não se efetivou e perpetua-se em diversas regiões do globo,
inclusive no Brasil. Diante desse cenário negativo, é necessário que se
encontrem os responsáveis por combater tal mazela que deprecia o conceito de
civilidade – tão pregado atualmente – para que esses assumam sua posição de
erradicar eficazmente o problema.
O conceito de tráfico humano
é amplo e diz respeito as mais diversas formas de aliciação – forçada ou
alienada – de pessoas que, transportadas de uma região para outra, passam a ser
exploradas sexualmente, laboralmente e financeiramente, entre outras. Essa
aliciação ocorre, na maior parte dos casos, pela falta de instrução e de
recursos financeiros por parte do aliciado. Pensando estar realizando um ótimo
negócio que irá auxiliá-lo (além de sua família), o já explorado
intelectualmente aceita se submeter aos processos tramados pelo alienador.
Atualmente, casos de tráfico
humano que já deveriam estar na lista de extinção de atrocidades humanas estão
sendo cada vez mais descobertos. Exemplos que comprovam a real existência do
tráfico humano em pleno século XXI são os dados revelados pela Comissão
Pastoral da Terra, em que mais de sessenta mil casos de trabalho escravo foram
registrados no Brasil no curto período de 2003 a 2012. Na maioria das vezes, as
vítimas da escravidão também haviam sido vítimas do tráfico humano e eram
oriundas, em sua grande parte, de regiões mais pobres do Brasil e de outros
países latino-americanos, como Bolívia e Haiti. Outro exemplo que ganhou forte
atenção midiática foi uma operação realizada pela Polícia Federal no de 2003.
Nessa, foram encontradas vítimas de extração de órgãos para transplantes e,
mais uma vez, eram constituídas, em sua grande maioria, por pessoas de baixa
condição financeira.
Esses poucos exemplos citados
– se comparados à grandiosidade do problema – revelam que medidas enérgicas em
relação a investigações sejam tomadas, assim como ocorrido na investigação
feita pela Polícia Federal. Quanto mais investigações e fiscalizações duras
acontecerem, maiores serão as chances de diminuir o número de pessoas que são
vítimas do tráfico humano e aumentar as prisões dos alienadores dessas vítimas.
Além disso, a parceria entre população e Governo no que diz respeito às
denúncias é uma das medidas mais eficazes para auxiliar a força competente de
investigação desse tipo de crime. Por sua vez, o Governo deve adotar medidas
mais severas no combate aos praticantes da mazela em questão. Transformar o
tráfico de pessoas em crime hediondo – projeto que já tramita no plenário da
Câmara – seria uma ótima iniciativa.
~ALU
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