quinta-feira, 10 de julho de 2014

Viver é preciso, o tráfico humano não é preciso



   O passado e o presente do mundo estão intimamente ligados ao tráfico humano. Apesar de supostas abolições concretas terem amenizado as explorações decorrentes do tráfico de pessoas, a extinção do mesmo não se efetivou e perpetua-se em diversas regiões do globo, inclusive no Brasil. Diante desse cenário negativo, é necessário que se encontrem os responsáveis por combater tal mazela que deprecia o conceito de civilidade – tão pregado atualmente – para que esses assumam sua posição de erradicar eficazmente o problema.
   O conceito de tráfico humano é amplo e diz respeito as mais diversas formas de aliciação – forçada ou alienada – de pessoas que, transportadas de uma região para outra, passam a ser exploradas sexualmente, laboralmente e financeiramente, entre outras. Essa aliciação ocorre, na maior parte dos casos, pela falta de instrução e de recursos financeiros por parte do aliciado. Pensando estar realizando um ótimo negócio que irá auxiliá-lo (além de sua família), o já explorado intelectualmente aceita se submeter aos processos tramados pelo alienador.
   Atualmente, casos de tráfico humano que já deveriam estar na lista de extinção de atrocidades humanas estão sendo cada vez mais descobertos. Exemplos que comprovam a real existência do tráfico humano em pleno século XXI são os dados revelados pela Comissão Pastoral da Terra, em que mais de sessenta mil casos de trabalho escravo foram registrados no Brasil no curto período de 2003 a 2012. Na maioria das vezes, as vítimas da escravidão também haviam sido vítimas do tráfico humano e eram oriundas, em sua grande parte, de regiões mais pobres do Brasil e de outros países latino-americanos, como Bolívia e Haiti. Outro exemplo que ganhou forte atenção midiática foi uma operação realizada pela Polícia Federal no de 2003. Nessa, foram encontradas vítimas de extração de órgãos para transplantes e, mais uma vez, eram constituídas, em sua grande maioria, por pessoas de baixa condição financeira.

   Esses poucos exemplos citados – se comparados à grandiosidade do problema – revelam que medidas enérgicas em relação a investigações sejam tomadas, assim como ocorrido na investigação feita pela Polícia Federal. Quanto mais investigações e fiscalizações duras acontecerem, maiores serão as chances de diminuir o número de pessoas que são vítimas do tráfico humano e aumentar as prisões dos alienadores dessas vítimas. Além disso, a parceria entre população e Governo no que diz respeito às denúncias é uma das medidas mais eficazes para auxiliar a força competente de investigação desse tipo de crime. Por sua vez, o Governo deve adotar medidas mais severas no combate aos praticantes da mazela em questão. Transformar o tráfico de pessoas em crime hediondo – projeto que já tramita no plenário da Câmara – seria uma ótima iniciativa.

~ALU 

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