segunda-feira, 21 de julho de 2014

Prevendo quedas (mesmo de um Império)



   Durante as últimas décadas, muito se fala sobre “ser otimista” para o alcance dos objetivos. Milhares de best-sellers sobre autoajuda infestam as livrarias e constam na lista dos livros mais vendidos. Tais tipos de leitura negam criteriosamente a postura de assumir um caráter negativo, pois essa negatividade ocasionaria desânimo e fracasso. Mas seria o pessimismo algo tão destrutivo assim?
   Seguindo a linha do otimismo, muitas pessoas alcançaram, de fato, o sucesso. Aproveitando-se do bom momento, esses “sortudos na vida” escreveram o caminho e as práticas a serem seguidas para o alcance efetivo do sucesso. Assim, esses escritos foram divulgados mundialmente para que outras pessoas pudessem desfrutar de uma vida otimista ao extremo, sem maiores preocupações.
   Porém, foi em consequência de tal pacatez – em relação à vida – que os problemas começaram a surgir, pois tal segurança desprepara o homem para os problemas que possam advir. Além disso, o otimismo excessivo não prevê possíveis mazelas que poderão ocorrer. Um exemplo disso é o que vem acontecendo com o grande visionário e otimista Eike Batista. Com investimentos especulativos desmedidos – e  esperando grandes retornos – o empresário brasileiro e o seu “Império X” esbarraram na dura realidade a que o mundo está submetido.
   São em decorrência de exemplos como o de Eike que a cada dia novos adeptos do pessimismo vêm surgindo e colocando em xeque a confiabilidade e efetividade do otimismo. Com a proposta de esperar o pior e trabalhar para superá-lo, os discípulos do pessimismo (não tão profundo) de Schopenhauher ganham cada vez mais força. Prova disso é que, atualmente, muitos já são os especialistas no assunto e esses, por sua vez, afirmam a necessidade de sermos mais pessimistas e nos confrontarmos com a dura realidade. Desse modo, com as pessoas trabalhando em cima de prováveis insucessos, estarão mais preparadas casos esses venham a ocorrer.
   Portanto, pode-se notar que o pessimismo não é tão destrutivo como muitos imaginam. Pelo contrário, ele pode caracterizar-se (se bem dosado) como uma ótima ferramenta no combate aos impropérios da vida. Para isso, faz necessário que estudiosos no assunto recebam maiores patrocínios para disponibilizarem suas ideias para um maior público, além de contarem com maior apoio midiático.

~ALU

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