Com o intuito de erradicar a violência
contra crianças e adolescentes, muitas medidas e leis são adotadas ou criadas
por defensores dessa causa e autoridades no Brasil. Como esperado, boa parte
dessas mobilizações e ações têm surtido efeito positivo. Contudo, a Lei da
Palmada – ou Lei Menino Bernardo – gerou polêmica ao proibir castigos físicos –
mesmo que leves – de pais contra seus filhos: não estaria ela restringindo a
liberdade daqueles na educação destes?
A ideia de que os filhos devem apanhar
quando agem indevidamente fez com que muitos pais, pensando estarem fazendo o
melhor para o futuro daqueles, utilizassem o método de castigos corporais. Essa
ideia baseava-se na noção de que, ao relacionar certa ação equivocada com a
dor, a criança evitaria repetir o erro. O problema é que esse pensamento pode
proporcionar correções com castigos físicos exagerados, impulsionados pelo calor
das emoções. Consequentemente, os agredidos podem desenvolver sérios problemas
físicos e psicológicos.
Mediante tais possíveis e graves
consequências, é necessária uma intervenção eficaz nos meios em que os pais
estejam usufruindo de forma negativa a liberdade que teem de educar seus
filhos. Essa intervenção, apesar de ferir certo conceito de livre-arbítrio
dentro do lar, poderá diminuir os casos de violência contra crianças e
adolescentes. Além disso, ela também poderá auxiliar os pais a encontrarem e
utilizarem um método de não violência. Desse modo, casos de agressão
infanto-juvenil que terminaram em tragédia, como o da menina Isabela Nardoni e
o recente caso do menino Bernardo, no Rio Grande do Sul, poderão ser,
drasticamente, minimizados ou, até, erradicados.
Diante do exposto, nota-se que, apesar da
Lei da Palmada interferir na liberdade que os pais detêm de educar seus filhos,
ela caracteriza-se como uma norma fundamental na redução do índice de violência
contra crianças e adolescentes. Contudo, para que essa se efetive
verdadeiramente, é necessário que o Governo invista em delegacias
especializadas e que a população denuncie, com bom senso, os casos de agressões
físicas. Além disso, seria importante que os governantes investissem
conjuntamente em organizações que eduquem pais dispostos a educarem melhor seus
filhos.
~ALU
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Aceitamos críticas, mas por favor, não use palavrões. Comentários com palavrões não serão publicados.