domingo, 29 de junho de 2014

Confiar, verbo intransitivo



   Os brasileiros, em sua grande maioria, vivem uma crise de confiança. Diversos escândalos e manipulações são descobertos em instituições que deveriam ser dignas de credibilidade (como setores governamentais, midiáticos e religiosos). Além disso, o “jeitinho brasileiro” de querer levar vantagem em tudo, agrava ainda mais essa situação. Compreender tais desordens éticas e morais é fundamental para que esse grave problema seja superado.
   Desde o período colonial o brasileiro tem motivos para desconfiar das pessoas que vivem ao seu redor. Buscando lucro, muitos foram aqueles que utilizaram-se da prática do suborno ou da sonegação. Procurando privilégios, muitas foram as pessoas que delataram companheiros que buscavam, de fato, melhorar o país em que viviam. Tais práticas negativas parecem ter acoplado ao DNA de “alguns” brasileiros as práticas da alienação e manipulação. Com o intuito de obterem vantagens nas atividades realizadas, esses indivíduos corruptores corrompem a ordem ética e moral sem medirem esforços.
   A crise de confiança é provocada, em sua maioria, pelas práticas corruptas dentro da política brasileira. Com diversos esquemas de fraudes, Mensalão, caixa-dois, entre outros, sendo descobertos, a população passa a desacreditar naqueles em quem mais deveria confiar. Aliado a esse fator, encontra-se uma mídia quase que totalmente voltada a interesses econômicos e que parece não importar alienar as massas. Para agravar ainda mais essa mazela, as instituições religiosas, “algumas” vezes, mostram-se envolvidas em escândalos que desacreditam de vez aqueles poucos que confiavam em algo ou alguém.
   Com tamanhos motivos para desacreditar, é fato que se se vive uma crise de confiança no Brasil. Como consequência, o Brasil pode se envolver ainda mais na teia da corrupção. Isso porque a população, ao ver-se envolta em um meio onde as práticas depreciativas não são incriminadas com o devido rigor, poderá passar a utilizá-las indiscriminadamente. Para que essa situação se altere é necessário que cada brasileiro comece a mudança por si mesmo, para em seguida passar para a etapa de reivindicação junto às instituições superiores (através de amplas manifestações nacionais). Será desse modo que o verbo “confiar” poderá deixar de ser, na prática, intransitivo.

~ALU 

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