À porta:
que abre caminhos,
que impossibilita meu atravessar,
que range roucamente enquanto eu rujo,
rujo por errar.
À porta:
tão atravessada,
pacatamente repousada,
posta a pacificar-se,
mas não...
Esse meu poema é para "a" porta:
a porta que é fortemente batida,
espancada na época do frio,
que não convive com ninguém no calor,
a porta que é desgraçadamente forçada a se abrir,
que tem de ser conivente com muitas situações.
Ela nada pode fazer,
apenas chorar...
um choro expressado por seu rangido,
rouco rangido retido,
rouco rangido,
rouco...
E lá vejo "a" porta,
A chorar serragens integrantes de seu corpo:
cupins a dilaceram!
Câncer?
Não, ela mesma atraiu os cupins,
ela continua a ser conivente
(desta vez por vontade própria),
desta vez com a doença.
Ela prefere morrer!
E ela morre...
Cessam os paradigmas interiores conflitantes,
ela não verá mais o casal de amantes...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Aceitamos críticas, mas por favor, não use palavrões. Comentários com palavrões não serão publicados.