O dia havia sido cansativo para
Saul. Ele voltava para casa, após ser demitido injustamente, absorto nos
ensinamentos apreendidos com seus avós. “Seria de fato uma boa opção ser
honesto?” – questionava Saul. Enquanto passava por uma praça movimentada, o
rapaz observou algo que chamou sua atenção. Seria de fato o que ele estava
pensando? Associando os elementos constituintes do local, Saul pensou que
aquilo poderia ser algo de grande perigo e, vacilante, se aproximou vagarosamente
do local observado.
Enquanto pensava no que fazer, o
desempregado pôde observar um outro jovem ir até o local e pegar o objeto que
Saul tanto observara: uma mochila colocada estrategicamente por entre as raízes
de uma árvore. Sem outra alternativa, Saul limitou-se a observar o que
ocorreria. O desempregado mal pôde acreditar no que aconteceu. O outro rapaz
abriu a mochila cuidadosamente e viu, juntamente com Saul, que dentro da mesma
havia muitos pacotes de notas novinhas de cem reais.
Incrédulo, o desempregado
observou que o outro rapaz fechou a mochila, colocou-a nas costas e começou a
caminhar como se nada tivesse ocorrido. Saul agora se queimava de raiva por não
ter pegado a mochila antes do rapaz. O desempregado pensou em como teria tranquilidade
financeira por um bom tempo. “Ah, mas aquele dinheiro, se não ficasse com ele,
não ficaria com mais ninguém!” – pensou Saul. E começou a perseguição...
O desempregado começou a andar
velozmente atrás do rapaz que portava a mochila. Quando o alcançou, Saul já foi
logo puxando o mesmo pelo objeto que havia causado o seu remorso. Em seguida,
sem dar espaço para o outro falar, começou um discurso caloroso (que logo
começou a chamar a atenção dos transeuntes do lugar) que abordava o quanto era
necessário haver honestidade e ética no mundo, e que aquele rapaz deveria ser
honesto. Antes que o outro rapaz tivesse a chance de se defender, uma equipe de
televisão chegou ao local entrevistando e parabenizando Saul pela atitude, em detrimento
da demonstrada pelo outro rapaz. Enquanto era aplaudido pelas pessoas, a repórter
disse a Saul que aquilo fora um quadro que procurava mostrar aos espectadores
se ainda existiam pessoas honestas no mundo.
Enquanto isso, o outro rapaz saiu
sorrateiramente e pensativo. Mal sabiam os outros que ele buscava apenas o
posto policial mais próximo para deixar a mochila...
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