Por Gabriel Rodoval;
(Matéria feita para o jornal Conexão Diária)
Nos últimos anos, um assunto tem se tornado alvo de bastante polêmica e discussão entre o setor estudantil: as cotas. De um lado, estão os estudantes de escolas públicas que apoiam o projeto federal. De outro, estão os estudantes das instituições privadas, que defendem a famosa "meritocracia". Mas o que seria realmente correto? Ter ou não ter?
Nos últimos anos, um assunto tem se tornado alvo de bastante polêmica e discussão entre o setor estudantil: as cotas. De um lado, estão os estudantes de escolas públicas que apoiam o projeto federal. De outro, estão os estudantes das instituições privadas, que defendem a famosa "meritocracia". Mas o que seria realmente correto? Ter ou não ter?
Desde os primórdios da ascensão capitalista, podemos notar claramente a diferença entre ricos e pobres e brancos e negros. Atualmente, esta diferenciação gera uma grande desigualdade, não somente no âmbito educacional, mas também no profissional, da saúde, entre outros. Com o intuito de amenizar (ou ...) tamanha diferença, o governo federal criou o programa de cotas, para facilitar o ingresso de estudantes de escolas públicas em universidades federais. Porém tal projeto gerou forte oposição por certa parte da sociedade.
Segundo a Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares), com a criação desse projeto o governo assume implicitamente que oferece uma educação de péssima qualidade (... camuflar) pois, do contrário, não haveria a necessidade de facilitar a inserção na universidade. Ainda de acordo com a Federação, o correto seria melhorar a educação pública. A Fenep ainda traz uma possível hipótese de que os alunos cotistas não conseguiriam acompanhar o nível dos não-cotistas, diminuindo assim o nível de ensino da instituição federal.
Porém essa hipótese é pouco provável de se realizar. De acordo com uma pesquisa de três universidades brasileiras (UnB, UFG e UFBA), a diferença ente cotistas e não-cotistas é quase nula e, em alguns casos, nem existe. Na UnB, a diferença é de 0,25 pontos em uma escala de zero a dez. Na UFG, a diferença é de apenas 0,06 pontos. E na UFBA a diferença não existe em grande parte dos cursos, inclusive em Medicina. A conclusão de tais dados é a de que os cotistas valorizam mais a vaga e o ingresso na universidade do que os não-cotistas.
Mas assim como o "P" e o "B" nunca saíram do empate para ver quem poderia ficar na frente do "M", provavelmente os grupos em discussão nunca entrarão em um consenso. O que deveria ser feito, era a criação e implantação de uma lei, onde todos os familiares de políticos deveriam usar apenas serviços públicos (escolas, hospitais e etc). Assim, rapidamente todos esses serviços precários iriam se tornar de excelente qualidade e não haveria a necessidade do programa de cotas e dessa imensa discussão.