sexta-feira, 18 de maio de 2012

Uma grande estória de amor (Final)

Por Gabriel Rodoval;

Clique aqui para ver a parte 1 dessa estória 


Tálysson não acreditava naquilo. Ele olhou para a torcida e viu que esta ria da comemoração antecipada do jogador. ''Quero ver se agora eles vão rir'' pensou o jogador indo em direção a bola que acabava de ser tocada da marca do escanteio para ele. 
   O exímio futebolista acertou bem no centro da bola com o peito do pé. A bola pegou uma incrível velocidade e foi em direção ao ângulo direito do gol de Abel. Sem pensar duas vezes, o goleiro lançou-se na bola.
   O objeto circular parecia ir em câmera lenta para todos apesar da velocidade. A mão de Abel chegou bem perto da bola e, num último instante, pegou nas pontinhas dos dedos do goleiro e atingiu em cheio o travessão.
   O lance seguiu-se com a bola indo em direção ao centro de quadra. Lucas e Thálysson correram na direção dela e travaram-se. Com o impacto ambos os jogadores caíram.
   O juiz apitou. Ninguém entendeu o motivo do apito porque aquele havia sido um lance comum de jogo. Os jogadores olharam para o juiz e este fazia um sinal de que o jogo estava sendo encerrado. Atrás da banca de árbitros, estavam dois policiais. 
   O árbitro pediu para que todos os jogadores saíssem do campo. Ninguém ainda havia entendido nada do que estava ocorrendo e ainda ficaram mais confusos quando os policiais foram de encontro a Tálysson e o algemaram. O garoto tentou se desvencilhar dos dois homens, mas foi em vão. Os jogadores do time do "preso" seguiram o companheiro até o carro da viatura e de lá até a delegacia.
   Um juiz da banca explicou aos jogadores e aos torcedores mais próximos que o jogador preso havia sido descoberto praticando sequestro. 
   Ao ouvir isso, Abel foi até o lado de fora do ginásio. Quando chegou lá, viu que sua mãe acabara de estacionar com o carro. O garoto, ainda um pouco manco pediu a mãe para levá-lo até a delegacia.
   Sem entender, a mãe correu com o carro até o local onde o garoto pedira que o levasse. Quando chegaram ao local, Abel nem esperou direito o carro parar e foi abrindo a porta. Ele entrou na delegacia e procurou por notícias de Tálysson. O policial que o atendeu explicou ao garoto que o rapaz detido havia sequestrado uma garota de nome Mari e que havia sido descoberto. Abel aproveitou para perguntar o paradeiro da garota e o policial respondeu que ela já estava em casa.
   O goleiro voltou correndo para o carro e pediu a mãe para levá-lo até a casa de Mari. Após sair da zona da delegacia, a mulher pisou novamente no acelerador. 
   Ao chegar na frente da casa da garota a cena novamente se repetiu. Abel saiu correndo e foi entrando na casa de Mari como se fosse de casa. Ao deparar-se com ela sentada no sofá, começou a chorar. Quando a recém liberta viu Abel, foi correndo ao seu encontro abraçá-lo. Os dois ficaram naquela posição por longos segundos. 
   Quando enfim se soltaram, Abel se ajoelhou diante dela. "Mari" - disse o garoto ainda chorando - "você aceita namorar comigo?" "É claro que eu aceito" - respondeu a garota sorrindo para ele. 
   Os dois foram até o quarto de Mari e ficaram ali abraçados na cama olhando para o teto[...]
   Abel voltou para a sua realidade. Tamanha história poderia render um bom livro: belo início, bela trama, um bom clímax e um final perfeito. É claro que ele poderia incrementar algo em sua história e o garoto também sabia que muitos poderiam não acreditar que aquilo havia acontecido de fato. Então o "recém nascido escritor", ainda abraçado com Mari, formulou um nome para o livro: "Uma grande estória de amor". É... seria perfeito!