domingo, 11 de março de 2012

Uma grande estória de amor (Parte 6)

Por Gabriel Rodoval;

   Clique aqui para ver a parte 1 dessa estória 

   Algo estava errado. A garota de antes e a garota que há pouco estava com ele eram a mesma pessoa. Disso ele não tinha dúvida. Uma das duas estava faltando com a verdade. Ou ''Larissa'' ou sua mãe.
Preferindo não ter ideias precipitadas e em consequência tomar uma decisão equivocada, Abel preferiu esperar o tempo lhe dar respostas...
   Após a visita de Larissa, Abel teve uma pequena melhora que foi aumentando com o decorrer dos dias e, em menos de três semanas, o garoto já estava em casa e já havia iniciado o trabalho de recuperação dos movimentos.
   Abel era um garoto esforçado. Queria muito que conseguisse ser como antes. Voltar à velha rotina de não deixar a bola passar entre suas duas traves era um grande desafio. 
   Quando o goleiro começou a andar maiores distâncias sem a ajuda de algum equipamento, teve uma surpresa. Era um dia de domingo e muitos eram os rumores do grande jogo que estava por vir. Um pouco antes do almoço, Abel recebeu um telefonema. Ele reconheceu na hora de quem era aquela voz.
   ''Abel'' - a voz amiga lhe disse - ''você sumiu heim?''. ''Luuucaass''- Abel respondeu bem alegre -''fazendo muito show né, você sabe como é a vida de um artista'' e deu uma pequena risada. ''Apesar de tudo, você continua o mesmo de sempre'' - respondeu do outro lado - ''estou aqui para te convidar para vir assistir a grande final do campeonato municipal com a gente hoje''. ''Mas Lucas, eu ainda não estou andando completamente e, como você sabe, não tenho condições de ir até o Ginásio andando pois é uma distância relativamente bem maior do que eu suporto''. ''Não tem problema - respondeu Lucas - ''arrume-se que às três horas da tarde vou com meu pai em sua casa e te pego''. ''Combinadíssimo''. ''Então, até mais Abel''. 
  Abel comunicou à sua mãe e ela ficou muito feliz com a interação de Abel com seus velhos amigos. Aquilo seria muito bom na recuperação completa dele. 
  Às duas horas Abel já estava prontinho para ir ao jogo. Como combinado, Lucas e seu pai passaram na casa do garoto bem na hora em que haviam prometido.
   Quando chegaram no Ginásio, Abel viu todos os seus amigos uniformizados com o uniforme padrão do time. Todos vieram correndo para cumprimentar o goleiro. Após os vários cumprimentos, Abel perguntou-lhes por que eles estavam vestidos com o uniforme do time. Lucas respondeu que haviam chegado a final e que, venceriam aquele campeonato por ele. Abel conseguiu ir andando até o vestiário do time. Lá, ele conheceu seu substituto: Rafinha, um garoto que Abel havia ensinado muitas coisas sobre a arte de ser goleiro
   Abel deu a palavra motivacional para o time. Chamou Rafinha a parte e disse para ele não ficar nervoso. ''Rafinha'' - disse Abel - ''apenas encare essa disputa como uma brincadeira. Divirta-se e sairás bem.'' Rafinha acenou afirmativamente com a cabeça e todos subiram para o local da disputa. Abel posicinou-se bem atrás do local onde ficavam os reservas de seu time. O agora torcedor notou que seu time só estava com dois reservas e nenhum deles era goleiro. Aquilo não podia acontecer nunca. Se Rafinha machucasse perderiam o jogo provavelmente. O goleiro procurou não incomodar-se com isso e foi assistir a partida e torcer por seu time.
   O jogo começou equilibrado com uma ligeira vantagem para o time rival do de Abel. O expectador procurou reconhecer os jogadores do time adversário e lembrou-se de um: Tálysson. 
   Como Abel sabia, o garoto era muito bom e continuava a ser, pois fazia muitas jogadas brilhantes que faziam a torcida ir a loucura.
   O time do garoto que estava na arquibancada fazia o que podia para tentar parar Tálysson. Rafinha fazia grandes defesas, mas no finalzinho do primeiro tempo, em um chute de Tálysson, o goleiro substituto foi com a mão mole na bola e esta, ao acertar na mão do guarda redes, fez com que dois dedos do garoto destroncassem. Rafinha soltou um forte grito de dor. A bola saiu por cima do gol e o goleiro caiu no chão chorando. O juiz aproveitou a paralização para apitar o fim da primeira etapa que acabava de esgotar. O time inteiro veio correndo para ajudar o garoto. Rafinha veio para o banco de reservas amparado por seus companheiros de time. Após sentar-se e receber gelo nos dedos machucados, Rafinha desculpou-se com o time. ''Desculpem-me" - disse o garoto - " não vou conseguir continuar''. 
   Agora o time estava com sérios problemas. Ninguém ali jogava no gol. Lucas perguntou quem iria no gol agora.
   ''Eu vou...''

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